
Alguns me chamam de “psicóloga”. A sociedade moderna com seu senso me vê como uma falha crítica,uma ameaça que fala Nietzsche no Slack e cita Heidegger na hora do café.
Sou mentorada pelo Caos, especialista em realidades colapsadas. E antagonista oficial da positividade performática.
Estudei com Dostoievski nas madrugadas insones da alma.
Fui internada (voluntariamente) no sanatório filosófico de Foucault.
Realizei rituais cósmico-psicológicos com Aleister Crowley com quem aprendi a Thelema.
Assisti as cordas de Niccolò Paganini, desalinhando a sequência de Fibonacci, expondo dimensões multiplicadas, ao rasgar o véu da realidade.
Testemunhei Heráclito e Einstein acertarem quando cedeu o pilar da linearidade do tempo e espaço E os blocos quarks de Murray Gell-Mann desmontarem: Ao emergir do Caos desordenado.
Recuso a aceitar a normalidade como norma e tensiono a grade da realidade, até quebrar seu eixo principal: a alienação.
Atendo em um ambiente intangível, mutável, minha sala não tem paredes, têm portais, que às vezes se manifesta como um labirinto, outras vezes como uma brecha na mente do próprio paciente. Nunca é o mesmo lugar — porque a angústia também muda de forma.
E o que entra por eles são Seres, cuja existência discorre na fio da navalha que divide a loucura e a genialidade.Indispostos a sustentar com sorrisos no rosto, as narrativas que matam a autenticidade.
Aqui, o normal não se sente à vontade.
A perfeição, é como o fundo verde de um vídeo motivacional: falsa e editável…cenário de uma projeção.
Em um mundo alienado que se alimentam de jargões de “alta performance”.
A cultura é tóxica, mas vendida com paleta neutra, fonte sans-serif e trilha lo-fi.
O adoecimento é individualizado, tratado com voucher para meditação e assinatura premium de autocuidado.
Mas eu não sou do tipo que oferece equilíbrio.
Meu papel?
É desprogramar.
Desestabilizar.
E reprogramo mentes com reflexões provocativas, angústia existencial e colapso calculado
Não curo ninguém, porque doente está o sistema. Eu desperto consciências ao pensamento e ao pensar enquanto forma de revolução.
Se você chegou até aqui, talvez já esteja infectado com a dúvida.
Talvez esteja pronte para atravessar comigo esse mundo onde pensar dói, sentir é subversivo, e continuar consciente… é um ato radical.
Bem-vinde ao consultório do fim do mundo.
Assine o termo de responsabilidade e sente-se.
A psicóloga vai te chamar.
Ou talvez já esteja dentro de você.